segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Dor social




Choraram os monumentos, as estátuas, a civilização
Das pedras escorreu água e sal
Chorou o Colosso de Rodes, o Taj Mahal, a Esfinge de Gizé, chorou o Buda
Mas não pelo que se vê...
Apesar de grandiosas edificações, apesar de gloriosos olhares horizontes, choraram pelo não visto.
Pela injustiça de cada dia, pelo que acontece individualmente e o ser humano não é capaz de reconhecer, por cada desesperança jogada no muro das lamentações, por cada pessoa que ali visitou e deixou sua energia.
Mas seus olhos continuaram a voar longe, sua doação não se reparte, e para humanidade é sempre mito,
pois são vinte vezes maiores do que a estatura de um homem, porque o humano reverencia suas pedras e fazem lhe valer de carne, e choram sua própria existência buscando respostas no que nunca de fato viveu, apostam no suspenso jardim de pedras, buscando concretude na instabilidade da alma.
A estátua segue firme, ou em estilhaço.
E a raça humana sempre insatisfeita.

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