terça-feira, 23 de julho de 2013

Fábula do vento apaixonado


Era uma vez um vento apaixonado...

Apaixonado não pela beleza que desfila, já contemplada, e com ele tão familiarizada
Aquela que com seu sopro valoriza o balançar de seus cabelos...
Mas sim por aquela que raramente desprende o coque, de beleza entre jovial e madura
Com muito mais mistérios a ser sondados do que sorrisos revelados

Eis que toda noite o vento lhe assobiava a janela, numa fúria de paixão
E ela entristecida não sentia a sensação, considerava sempre uma inoportuna tempestade de verão
De manhã, tola, essa senhora varia irritada toda natureza morta que a noite a sua varanda trazia
Sem nem notar que aquele era o buquê que sonhou a vida inteira, e que o vento sempre lhe preparava em primazia

Raramente fora de casa, a mulher não conhecia poesia, em leituras vez ou outra, mas em prática vazia
Um marido que lhe sugava e suas capacidades resumia, uma mulher feita de ansiedade, muitas lagrimas esvairia

Certa vez o vento bateu tão forte que seu corpo esmoreceu, visto assim frescor tão forte essa moça percebeu, um carinho no pescoço que o vento concedeu.
Apalpou o próprio pescoço, lhe chegou a faltar ar, o respiro mais profundo era o vento a lhe beijar.

No calor desse momento os cabelos quis soltar, e feliz por um segundo, foi a rua pra bailar, com o vento que soprou pode assim se descobrir, quando a casa retornou, já pintou sua cútis.

E abriu sua varanda, como quem sorri pra vida, uma flor cor de lavanda, esse amante oferecia.

Visto tê-la conquistado, ele então pôde partir, para um outro lar fechado, na missão fazer fluir.

Prece para o mar


Fiz uma prece olhando para o mar
Com a cor dessas águas procurei relaxar
Disse as águas que em calmaria quero me tornar
Pedi aos peixes para me contar... das liberdades de mergulhar
Pedi aos barqueiros para me ensinar... dos riscos de navegar
Pedi a rainha do mar... que as paixões eu possa controlar
Fiz do balanço do mar uma rede pra deitar
Fiz meu sono acalentar
Mas não mais esperar
Mergulhar, navegar, desbravar
Mas não naufragar
E nunca me agitar, tão pouco desequilibrar, nas seduções que ei de encontrar