terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Dividido




Chega um momento em que percebo meu próprio estado
Passo tanto tempo me dedicando a eles, pensando neles
Eles que são tudo na minha vida, mas eu sou apenas parte
Será que eles tem a mesma sensação comigo?
Mesmo se me dissessem, todos esses amores, amigos
Não conseguiria acreditar, bem como farão eles se eu reivindicar nesse sentido
Fato é que sempre se vão, e só ai entendo que meu tudo neles foi parte
Porque querendo ou não, eles vão e eu fico

sábado, 24 de novembro de 2012

Febre de amar



Amar você é um adoecer
O corpo arde feito febre
Resultado dessas noites lindas que passamos a investigar nossos corpos e sentimentos
Hoje acordei sonolento no meio da noite e senti a conexão das nossas pernas pesando uma sobre a outra
O seu pescoço jogado no meu braço, uma bela sensação de proteção

Eis o exercício da entrega, em risos penso que até para amar com essa intensidade é preciso estar em forma.
Mas nesse tipo de atividade nunca vi ninguém que não desse até a ultima gota de suar, seja lá qual for sua obesidade.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Fossa



E me pego rolando em lágrimas...
... na nota mais aguda de qualquer música de meia noite nos rádios...
... a fiel companhia dos desenganados pela noite, cuja o amargor do dia fez com que ficassem acordados
Sinto e curto essa fossa
Levanto, pego um copo, encho com água
Bebo tremulo, tentando acalmar meus sentimentos
Sorrio abobado ao lembrar que antes sofrer por amor, do que por nunca ter amado
No agudo da música volta novamente o rosto contemplado, choro novamente apaixonado
Volto pra cama, rolo pra todos os lados...
... até adormecer anestesiado

domingo, 28 de outubro de 2012

Raízes


As árvores da minha casa tem cada uma, uma paz
Dentre as três uma me protege mais, a que plantei
No entanto não a vejo a mais bonita, mesmo ela que é a unica que da frutos e flor
Mas junto a mim, ela vinga na raiz

Os tijolos da minha casa, grande casa, são pilhados de suor e sonhos ...
Protegidos pela luz de minha mãe, o poder de meu pai, o esforço da minha irmã
Suavizada pela alegria da menininha, segura a nossa visitação, bom repouso

Olho para está Apiaí de onde tudo começou
O caminho da vegetação característica que subida do meu antigo quarto
chega os olhos a destacada igreja, sempre tem uma igreja com sino a soar
Ali tive parte em formação, faz parte de toda essa paz que só encontro aqui
Lugar que não convenceu meus planos em definitivo, mas tem sempre um bom motivo
Pra estar, revisitar... Sigo olhando as árvores da minha casa, nesse terreno meu, com a árvore
minha cuja o caroço do fruto que labuzava os beiços, plantei e vingou, mas que crescido com ela
nunca mais quis provar do fruto, que hoje pra mim não tem agradável sabor.
Ela alimenta outras gerações da família, e a rica fauna que convive lá fora.
É meu orgulho, minha contribuição, raiz forte que reanima, que de longe sei que está bem
É assim enquanto esse terreno for nosso, enquanto tenha aqui os laços de sangue que mantém a edificação
As coisas merecem mudar, mas nada abalará essa união
Humm, senti o cheiro do café, das xícaras daqui, aproveito pra sentir e sair...

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Segredos do povo de praia



São segredos do povo de praia...

Ficar até mais tarde
Aplaudir o nascer e o pôr-do-sol as cinco na cidade
Fogueiro, luau, amizade


São segredos do povo de praia...

Mais dentes no sorriso
Degustar mais frutos proibidos
Esse jeitão desinibido, atrevido


São segredos do povo de praia...

O orgulho de sua natividade
Exibir sua personalidade
Importar-se com o que é de necessidade 


São segredos do povo de praia...

Ser parte da natureza
Ter o mar por realeza
Compartilhar toda beleza


São segredos do povo de praia...

A liberdade ao viver
O viajar sem se mover
Modificar e modificar-se com cada ser

Moça na janela


Moça na janela vendo a vida passar
A postos, sempre bela, vai seguindo a contemplar
Nada foge ao seu olhar

Pássaro que pousa vive a moça do jardim
Ela, generosa, lhe abre a guarda a sorrir
Nada foge ao seu olhar

Moça na janela, curiosa situação
Ela imóvel é paisagem a quem passa em direção
Todos olham seu olhar

Olhos de uma moça que se miram para cima
Não se sabe se nos olha, ou nem liga para rima
O que passa em seu olhar?

É a moça paisagem, é visagem ou nada além?
O que tem de especial que me fez saltar do trem?
Sigo em passos nessa rua  sem saber se me convém
Porque que cargas ficas nula num olhar que me advém?

Tantas dúvidas me habitam por tão simples condição
De uma moça que a presença fez-me preso nesse chão
Será ela a passagem ou sou eu sua distração?
Somos todos paisagem a serenar seu coração

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A grande noite


Toda imensidão escura é nosso corpo sedutor, num vestido arrebatador
A lua, daqui chapada, cuja em detalhes a olhos nus dificilmente pode ser notada, representa nossa cara maquiada
As estrelas são os brincos, pulseiras, colares e anéis
Eis ai toda produção para os que sempre esperam ter a ''grande noite''
Mesmo vestidos de toda essa inspiração, precisamos de alguma luz para brilhar
Mesma luz que depende a lua e suas estrelas para se fazerem notar
Nesse meio tom surgem nossas dúvidas e desorientações
Saímos sempre em busca de grandes emoções, centrar as atenções, conhecer outros corações
Contudo temos também segredos, medos e todas essas propicias alucinações
Surgem então as substancias pra trazer-nos sensações... bebidas, bebidas, oh que beberrões
O liquido escorre pelas pernas num ciclo vazio que não traz soluções
Interrogações seguem a nos rondar, e esse vazio é como o buraco negro do universo, jamais vai terminar
Tão próximos da noite, tanto querendo aproveitar, tão distantes da noite, e tudo que ela pode representar
De olhos fechados, em conexão com o sensorial, talvez a melhor forma de contemplar
Deixar essa brisa de mistérios a pelo tocar, e quem sabe assim, ter a grande noite
Grande noite, que é a noite, por si só, e isso jamais vamos alcançar, pelo menos na condição de liderar, pois  nesse caso temos que se deixar levar.. descansar.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Olhos de promessa


Oh, não me olhes com estes olhos de promessa
Seus olhos ardem em mim como ferro em brasa marcando, não só meu corpo, mas minh'alma
Sob o corpo, os desejos, flamejantes e pulsantes por ti
E toda vez que me lanças me alcança, e me dói

Quando vês então que a ti estou entregue
Mudas a direção, maltratas meu pobre coração
Brincas nesse jogo de ilusão, sem nem ter consultado permissão
Contudo saibas que estou só, e que tenho por experiência amores idos
E que isso em presente, vale-me de peneirado, não sou ouro fácil as mãos de qualquer mineiro
Mas a ti sou tão sucata, que desmonta-me sempre em primeiro
Pois quero amor

Digo-te ainda que sou promessa a muitos outros olhares
Mas contrário de você, não fui feito o responsável
Sou apenas amigável, a serviço de bom ser
Penso até que tal motivo, fez-me ter frescores teus
Que por mim correspondidos, acuado esmoreceu
E gelado como neve, faz-me então enlouquecer, a pensar que é coisa minha, esse ardor por te querer

Quando fujo desses olhos, que tantos iguais me olham assim
Volta-se em interesse, renascendo tudo em mim

Ah, tais olhos de promessa
Minha vã condenação
Dessa gente que me atiça
Por curiosa indecisão

domingo, 16 de setembro de 2012

Adormecido


Ando pouco enamorado
Nos dias isolado
Não quero que me toquem
Já fui muito tocado

Não quero gestos inúteis
Preocupações com tal estado
Quero o silêncio como aliado
Pois por mim pretendo ser desvendado

Do jeito que ando
Me sondam anseios
Não sei bem o que sinto
Mas estou profundo e mudado

Não há interesse
Não há novidade
Não gastarei meu afeto
Por qualquer momento sociado

Cansado do mesmo
Cansado do ser por ser
Do fazer por fazer
E só quero desadormecer por algo realmente válido

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Deixa


Deixa eu fazer o que quero
Deixa expressar o que sinto
Deixa eu me fazer valer deste canto, que canto...

Deixa o céu dos meus olhos
Te refletir em sorrisos
Quero de ti o prazer dos sentidos, bonitos

Quero olhar pra você, como o espelho que eu fiz
Me refletir nesse ciclo, ser feliz
Quero seu corpo curtindo,
Quero teu sonho fluindo,
Quero me surpreender com o que eu digo, te sigo...

Vem, faz meu dia mais feliz, pois feliz é ver você, tão feliz...

Vão




Hoje machuquei alguém
Hoje por querer feri
Motivos achei que tinha pra fazer
Mas depois do feito, vi que não estava feliz

Sofri e percebi

Vi que dor não se paga com dor
Educar não é ser impositor
Queria provar no ardor
Melhor talvez fosse redobrar o amor

Sofri e percebi

Reeditei meu erro
Mostrei consideração
Respostas? Não
Feito em vão?
Não cairei de novo na mesma contradição

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Receita de amizade


Amizade é conveniência, um eterno trocar
As vezes pedimos mais, a vezes nos damos mais
Todos estamos inseridos nesse comércio sentimental
Mas nem tudo é tão comercial, basta que você tenha o diferencial
Conheça o produto que é na prateleira
Venha com todas as informações ao consumidor
Seja solúvel se bem utilizado
E não volúvel de acordo com a valorização do mercado
A boa pessoa sempre terá o valor estimado
E para fazer as mais saborosas relações, o sabor sempre acrescentado
Valerá o que é, e não será moda, a moda é passageira
Mas somente o produto de confiança permanece
E para se fazer valer confiável, é preciso ser integro
Ter opinião, não oferecer nem mais nem menos
Se te utilizarem mal, torça pra que não passem mal
E nem você sinta-se tal, porque se foi em conteúdo, o que informou na embalagem
O remediador saberá decifrar o erro, e você utilizado de novo com mais zelo
Se quer tornar-se mais humano e menos plástico, seja a comida caseira, de raízes
E não aquelas besteiras industrializadas, que não sustentam e causam dores
Boa sorte!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Dois Mundos


Os dias vazios me consomem nesse lugar sem rumo
É um desafio pra mim
Não sei se isso me estimula ou me enterra
Na falta de superficialidades para me distrair, sou obrigado a voltar-me sempre para o meu mundo
Tenho um conforto que jamais tive, ou que tenha sido diretamente responsável
O conforto que ao mesmo tempo, não preenche e sufoca
Não há mais gota de cachaça nos vidros, nem noitadas que me completem
É tudo sempre igual, o que era necessidade para me adaptar aqui, agora é dispensável
Enjoei de tudo
Talvez seja a hora de partir no plumo, pra que de saudade venha a sentir falta
E que onde eu me engane com tanta informação eu possa ter esse vazio para me direcionar
Esses dois mundos, o meu particular e outros que vislumbro aventurar
No sentido que somente fundido-os poderei me equilibrar

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Do mestre ao pupilo




Como uma mão refletida em água transparente
Onde o tamanho não é tão simétrico mas a essência transpassou
Assim se reflete as ações de um mestre ao seu pupilo

No mundo da imagem refletida, não existe medida
E a glória ou a tragédia só não são maiores
Porque ainda cabe ao mestre nivelar a água

Se os baldes jorrados forem de glória jamais serão suficientes
Exemplos que deixam contentes
Que surpreendem quando vemos que a criança bem guardou

Mas quando o contrário, pode ser triste, pode virar água fria
Que afoga desmedida
Numa inconsequência sem limite , onde não há nenhum valor

Também existe aquela que mesmo banhada a oceano frio
Trata-se de exercitar
E sabe que outras realidades poderá louvar, se conseguir maus exemplos superar

Pelo sim pelo não, que o mestre preste atenção
Ao que planta no coração de seu filho cidadão

Que não de a mais linda piscina e lhe ensine solidão
Mas que convide sua cria, a conhecer o mar, onde todos dividem em comunhão
Águas quentes de gente, aquecem muito mais o coração, e ensinam que na vida essencial é relação

Nessa metáfora, peço então, para que nunca mais me depare com o que vi e me deixou tão aflito o coração...

''Pais, por favor eduquem seus filhos além dos bens materiais, valores humanos são muito melhor investimento, nada pode ser mais desesperançoso do que uma criança fria''.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A edificação dos objetivos




Era uma vez uma casa
Eram dois irmãos a disputá-la
Um para que ela ficasse de pé
Outro pra que desabasse
Um a viu ser construída
Outro nunca precisou dela

Um dia aquele que a menosprezou viu que o terreno em volta era bem localizado
E ali alçou planos particulares, de se desfazer dela a fim de lucrar, sem pensar se o outro iria concordar
Feita a proposta de se desfazer do bem, ela foi recusada, pois o que na casa vivia, sabia dos valores de manter-la. Foi assim que começou a batalha.

O mal adentrou a casa afim de tempo para se apossar
Sangrou o coração do irmão, caíram retratos, quebraram pratos
Memórias desrespeitadas, muito por nada e mau uso da confiança de quem abriu as portas pelo acolhimento.

Porém pouco atento, o grande defeito do mal é a cegueira pelo objetivo, e lutar apenas com motivos terrenos, enquanto o bem olha os campos Elíseos.

O coração subestimado, com as raízes concretas de quem construiu a edificação bloqueou cada martelada a fim de derrubar aquelas paredes.
Quanto mais o mal martelava, mas se autodestruía, e após todas as tentativas de impor veneno prevaleceu o que era de valia.
Mas as paredes só resistiram às investidas porque não foram construídas somente de cimento, mas de sentimento.

E ambos alcançaram seus objetivos, ainda que sem esse discernimento, mas tudo continuou como sempre foi...

O bom se fortalecendo cada vez mais na perseverança, no suor em manter a casa de pé, aprendendo com as reformas de mais uma batalha,
E o mal, que queria ver a casa desabada, na total ruína. Ele os restos de si próprio que ele em ócio derrubou.


O Feito



E o tempo venceu mais uma barreira
E todos soltaram fogos
Estou feliz porque sei que não esperei o tempo passar
Mas com o tempo busquei dialogar, eu, ele e a barreira

Primeiro olhe-ia firmemente para me certificar, e lhe decifrar
Eram imensas e frias pedras de fato
Então colhi os elementos para ela deixar de incomodar
Hoje com ela ultrapassada sinto-me feliz não só pelo resultado, mas por ter feito parte da luta

Sinto orgulho em não ter sido mais um a só olhar
Em não ser do tipo, ''Vou pro lado de onde a corda está mais forte''
Tenho sorte de caráter e orgulho desse feito, sem medo
Por isso não solto fogos
Acho que foi feito o que tinha que ser feito
E também não me faço eleito, porém respeito todos que também fazem valer o verbo ''lutar''

Hoje esse caminho todos podem passar
E que soltem fogos e que riam, que dure mesmo essa alegria
Mas meu coração não muda e segue por mais essa preparado
Ainda que divida o tablado com muitos que só dançam pelo resultado

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Banquete Divino



Eu quero um banquete divino
Para alimentar o corpo e o espírito

Quero a simplicidade da mesa de madeira da vovó
Da toalhinha com motivos frutais
Das pessoas que amo a me rodear com as quais de tudo possamos falar, e rir

Quero o requinte das taças de cristais
O bom gosto na disposição dos pratos, os retratos
Os meus olhos brilhando com a beleza de tudo e todos a mesa

Quero o prazer de compartilhar
O sabor de ser servido e poder honrar o anfitrião
Sentir de longe o cheiro do tempero
Ter por opções iguarias e o prato preferido da infância

Quero abundância
Quero degustar
Quero circunstância
Quero aconchego

Quero ir aos céus provando esses segredos
Quero para sempre amor e união

Reflexão sobre a vida




Mas o que é a vida?
Passamos anos e anos vivendo, nos orgulhamos de chegar cada vez mais longe, aos 70, aos 90...
Mas de fato, quantos dias realmente vivemos? Porque gostamos de ir tão longe e desperdiçamos tanto o hoje?
Qual a resposta para isso, que nos faz querer viver sempre mais e no entanto nunca estarmos satisfeitos com o que somos hoje?
São dias desperdiçados ou vividos como nossa mente e corpo são capazes de oferecer? São muitos dias para serem intensos não? Mas a vida é curta, não é?

Só sei que tenho as vezes vontade de abraçar o mundo, pois parece a mim, que quanto mais eu puder conhecer, ver, mais viver terá valido a pena. Por outro lado isso as vezes cansa tanto, deixo tantos laços para trás, tanta gente que seguirá por seus caminhos e para quem serei apenas uma vaga lembrança, ou uma dor de saudade. Tanta gente que eu gostaria de acompanhar, ver seguir seus passos, me dedicar.

Sinto-me tolo nesse espirito de aventura quando penso que não serei capaz de olhar tudo que meus olhos vislumbram, e de pensar também que essa aventura pode ser uma fuga por em determinado momento eu não conseguir me estabilizar.
Sinto-me tolo quando penso que cada pessoa não é colocada em tal ponto do mundo a toa, é muito mundo e muitas pessoas que precisam se encontrar, então pra que se apressar? Estarei onde estiver que estar.

Contudo me fortaleço em saber que esse espirito não me deixa acomodado, e das coisas que considero ser  missão, sigo mais forte sem medo de abandonar o que conquistei materialmente afim de dar continuidade ao meu trabalho, porque na verdade o essencial sempre irei levar.

Sigo assim nessa profunda questão, entre o vazio da novidade, a lacuna de abandonar tantos olhares e a esperança da renovação.
Mas voltando aos dias...
Conhecendo o pouco que já conheci...
Posso dizer que no caribe ou numa praia aqui perto, no inverno do Alasca ou na geada do Rio Grande do Sul, todos são iguais. E todos pensam como deve ser linda a realidade a qual não conhecem. A velha história do quintal do vizinho...
Vizinho que me traz de novo a porta da minha casa, e me faz maturar que de tudo se leva um pouco, e desse pouco quero todo valor. Existem pessoas que amarei para sempre, e mesmo ausente, celebrarei cada momento.
Batendo na porta e adentrando a minha casa de valores, percebo agora que não tem coisa melhor na vida, e em todas as vidas de qualquer pessoa do mundo, ainda que muitas não percebam, do que aqueles momentos que podemos compartilhar em comum, e que tantos já vivemos.
Aquele almoço de domingo com papai, mamãe e os irmãos, em que todos cozinharam, comeram e celebraram a degustação, a união, o afeto.
Aquele namoro gostoso de quem te amou profundamente, e andou com você determinado momento, que explorou teu corpo e deixou-te explorar.
Aquele trabalho que realizou e te fez sentir útil.
O papo que fluiu tão natural, as loucuras entre amigos.

Penso que existirá sempre uma compensação, quanto mais quiser, mais terei de doar, e quanto mais conhecer, mais terei a administrar, só peço a Deus sempre a direção, a missão, nunca desprendimentos trocados por aventuras em vão... também nem tantos dias, apenas dias extras para errar, e muita vida a cada dia.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Perdão as palavras


Engana-se quem pensa que uso bem as palavras
Sou só mais um que não sabe o seu devido valor
Se soubesse não letrava tantas linhas desse ouro

Sim ouro, que jogamos pelo ar
Que tentamos maquiar as angustias do viver
Temos mil maneiras de nos comunicar
Justamente a ultima, que deveria vir como complemento
É a jogada ao relento

Venho por meio desse escrito perdoar-me com as palavras
Sabendo que quanto mais dígitos, maior é minha culpa em não poupa-las

Perdoe-me também meu corpo, e toda sua capacidade
Que concentro sempre a boca, e bem feito que por mim fale
Apanho porque você foge ao meu controle, e me mostra mesmo eu tentando omitir
Mais uma vez a conta de palavras, que resultam em nada, pois não consultei meu peito
e nem falei com meus olhos, apenas tento afirmar no vento, algo que precisa surgir sólido.

Se mesmo com toda essa justificativa, ainda não me perdoarem
Vejam-me como aquele que engatinhava, e com o corpo se comunicava, e só aprendeu a falar, quando os gestos já não eram mais suficientes. Vejam-me como sou, uma criança inocente!

Causa Perdida



Só considero que uma causa está perdida...

quando por ela já não vejo mais motivos pra lutar
quando tudo o que eu fizer não for em mais nada resultar
quando meus adjetivos não sejam suficientes pra somar

quando as coisas estão fora de lugar
quando só eu a verdade quero enxergar
quando mesmo que eu queira, não irei mais me adaptar

quando não depende mais de mim
quando afeta para o fim
quando vi tão lindo nascer e não quero ver mediocremente arruinar

quando jogam meu sonho na mão do iludido
quando sou chefiado pelo inimigo
quando mais corajoso é buscar outro objetivo

quando em paz se torna minha aflição
quando o horizonte mapeia meu coração
quando novas causas precisam da minha atenção

Respiro



Respiro
para um poço de calma guardar
para no fluxo minha mente limpar
para o tempo do tempo respeitar

Respiro
para continuar a calar
para honrar meu lugar
para poupar hipócritas da verdade a gritar

Respiro
para equilibrar energia
para manter a magia
para chegar outro dia

Respiro
para lembrar da missão
para não desgastar-me em vão
para olhar pra frente e seguir meu coração

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Guerra



Numa guerra não existem certos e errados
Existem coisas que morrem

...

Antes de criar uma guerra, pense que o bom é sempre a paz
Que nesses casos, o oponente geralmente era seu aliado
Que por algo desorientado tudo amargou no fim

Antes de criar uma guerra, pense que alguns tem capacidade de odiar
Que sua dor em batalhar deve ser o motivo pra você nem começar
Que voltado alguém como seu inimigo, ele de fato, um inimigo pode se tornar

Antes de criar uma guerra, pense se é isso que quer cativar
Que nem sempre bandeiras brancas podem finalizar
Que para sempre no tempo os fatos irão ficar, e sangrar, se assim olhar

Antes de criar uma guerra, pense que ela depende de dois
Que com isso você demarcará um antes e um depois
Que esse depois pode não ter espaço para lamentações

Antes de criar uma guerra, pense na consideração
Que as piores batalhas são com aqueles que foram do coração
Que para sempre as lembranças ficarão, cabe a você decidir se serão só boas ou não

Julgamento sem explicação



Uma dor pungente tomou meu coração
E num convite resolvi reconsiderar a situação
Minha dor não é por nada que eu tenha feito
Mas por ter julgado em outro um defeito

Te esperei então para um café
Comprei leite e pão
Te liguei, senti sua voz tremida de aflição
Sei da consideração, achei que sabias também, por isso a sofreguidão

Horas depois me retorna em ligação
Entre fantasmas me propõe outra situação
Que tomemos café num local de gente em circulação
Tanta insensibilidade aflorou seu coração? 
Como poderia eu falar assunto doloroso em meio a tanta informação

Não cometeria o erro de julgar novamente sua ação
Entendo o seu medo após tanto gelo do meu coração
Mas esqueceu você os pormenores da situação?
Que num pouso tranquilo o desequilíbrio veio na pós situação? 

O tempo passando, e eu só te encontrando no acaso pelos amigos irmãos
Mais um motivo pra eu ter feito a ligação
Frequentar o mesmo espaço é fracasso quando existe mal resolvida situação
Dentre o tempo, que passado, seu olhar procurou-me inflexão
O meu em ti reflexão, pois sempre foi clara nossa condição

Enquanto as moscas começavam a rondar a mesa
Que feita com destreza para acalentar o que seria a delicada conversação
Imaginava eu em temor o porque do seu coração
Das mais fofocas que surgiriam em vão, de mais uma vez, tanta suposição

Escutei o eu dos outros que contavam de seus novos ares
E por de sua boca calares, após tanto tempo de relação, nada mais vi em verdade vindo de sua direção
Sofri por essa ausência de dialogo por parte de quem fui tão dedicado e que me atribui tanta dedicação
Com gelo fiquei empedrado mas mesmo assim desejei o bem de sua nova apreciação
Mas como num inverno gelado isso serviu pra deixar-nos cada um fadado a sua própria edificação

Sigo bem e tranquilo, porém ofendido mais uma vez e pela mesma situação
Só queria poder entender o que tenho que conviver e porque não veio de você o sabor da revelação
A ligação foi minha ultima cartada, mas muito pensada pra não criar confusão
Sentimentos de amigo já não fazem sentido quando de namoro era a outra relação

E o café vai esfriando
E o pão molengando
Pior que isso
A confiança acabando

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ilusão, a escada dos sonhos



A ilusão geralmente é preterida quando se consideram os sonhos
Mal sabem eles que para realizar um sonho é preciso subir as escadas da ilusão
Se os sonhos estão suspensos no ar, se são provérbios dos céus
Não fez o homem ainda um edifício tão celestial que alcance tal grandeza
Quando o concreto não é mais palpável, é preciso ariscar no que não é material
Eis então, os degraus da ilusão

Iludido um homem acredita, e move a vida de maneira que possa cair, e crescer
Que o chamem de alienado, louco, á toa, sonhador....
Que avisem, que esfreguem sua experiencia concreta em tal cidadão
Sabe ele que essa experiencia um dia foi fruto de um sonho, e percorrida de ilusão
De ilusão que daria certo.

Aqueles que se firmam no concreto geralmente não sabem o que é voar
Se firmam no controle e ali tem seu porto seguro, mesmo assim  não deixam de sonhar
Isso não somos capazes de controlar, o que podemos é conscientes nos podar
O que também não deixa de ser uma ilusão.

Quanto mais se sabe, menos se ilude
O conhecimento pode nos fechar entre quatro paredes, fazer-nos colar nossas asas
Quanto mais o homem sabe, mais se afasta das pessoas
E deve ser totalmente o contrário, quanto mais souber, mais próximo

Sem acordar da ilusão muitos sonhos são realizados
Podado de sonhos, conformamos nossa condição
Deixar de sonhar é deixar de viver
Considerar a ilusão é acreditar que se pode saber mais do que já se sabe
É conhecer o concreto e mesmo assim deixar-se enganar
Enganar para que trocando o certo pelo duvidoso possamos alcançar os tão sonhados sonhos

sábado, 9 de junho de 2012

Coração de solteiro



Com a alma de solteiro meu olhar é serrador
Um flertar o tempo inteiro, um tarado pelo amor
Esse charme, essa tensão, de olhar alguém assim
Que explode no meu peito, pega fogo tudo em mim

Nessas ruas que caminho, os caminhos vão passar
Quem será que nessa vida, minha vida vai cruzar?
Nunca vi, mas vi de novo, e outro dia vi também
Um sinal que deixa louco, amor platônico, quem não tem?

Eis o louco desvairado, a mirar o amor carnal
Um alguém que nesse dia me será especial
Vou amar sem culpa alguma, promovendo o ser feliz
Vou viver cada momento sem ligar pro que mau diz

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Vizinha Solidão




Tenho uma vizinha, vizinha indesejável
Que ronda certos momentos do meu dia
Toda vez que ela me observa vem-me tristeza
Vem-me vontade de distração, de amigos, muitos amigos
De namoros, de sexo, de atração, de qualquer tempo com outros
Mas por mais convites que eu faça e que me sejam feitos
Tudo se acaba na matemática das horas e resta apenas eu sob os olhos dela de novo

Minha vizinha é tão impertinente que se faz presente até quando penso que me livrei
Sinto-a as vezes em meio a uma multidão, sinto-a a observar minha alma, dentro aqui

Dou a festa pra não correr o risco de ficar a sós com ela
No meio da festa ela aparece e me observa, todos brindam, ela não
Todos falam, tento me colocar, mas ela é quem está a disposição
Vão embora, bêbados, copos pelo chão, sem se importar com o que deixaram de mão
É... Alguém tinha que ficar pra apagar a luz

Eis eu de novo lado a lado com ela, minha vizinha solidão

Pensando melhor, talvez minha vizinha seja a melhor companhia
Ela nunca vai embora e apesar da dor dessa amizade, as vezes é a única com quem posso contar
Conhecendo-a melhor, quem sabe eu possa me conhecer mais também
Se ela vive a me observar, talvez tenha criticas construtivas sobre mim

terça-feira, 29 de maio de 2012

Ingratidão ao natural



Dias maravilhosos em que insisto ficar em casa
E o sol se esforçando em brilhar dando trinta e dois graus num outono de maio
Talvez por atender ao pedido das praias, tão carentes sem ter alguém a sua beira para brincar.

E eu aqui, dentre essas quatro paredes, resistindo ao convite solar
Saindo ao fim do dia na pressa de coisas pra comprar
Desperdiço um dia de folga, desperdiço um dia de paz

Me sinto um vampiro, aquele que só anda nas trevas
E ainda reclamo do aborrecimento solar
Que carregado de nuvens desaba a chorar

No momento da noite em que eu iria funcionar
Grito ''Pare de berrar''
Mas por consequência terei que de novo em casa ficar

Ouvir os choros do céu na tempestuosa madrugada
Para que se acalme e no outro dia venha tranquilo, disposto a me reconquistar
Eu, esse ingrato ser humano

As águas



Explodiu uma bisnaga e no céu se esparramou
Coloriu de todo azul, nossos olhos, o Senhor

Mas sem tempo de secar para baixo se espalhou
Esse tom azul celeste em oceano resultou

Águas claras deslumbrantes, um caribe em perfeição
Onde os seres animados se refrescam desse tom

Um Brasil de colorido, águas doces, mananciais
Entre copas, entre aves, respiração dos animais

Águas turvas, águas chocas, rios, lagos, torrenciais
Águas verdes azuladas, lendas vivas de ancestrais

Oceano de mistérios, num profundo que jamais
Homem algum terá plumagem, ver da praia satisfaz

Glauco tom que me enraíza no frescor que tem o mar
Num respiro que fomenta uma vida além do ar

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Lembranças de rotina


Lembro do cheiro de mato molhado pelo orvalho nas manhãs frias em que levantava para ir estudar.
Lembro do cheiro de café e pão torrado que meu pai preparava todos os dias e invadia meu quarto quando eu ainda nem tinha levantado.
Lembro do peso das cobertas que a anos cobriam nossa família.
Lembro do trajeto que fazia de uniforme azul  e mochila nas costas, da estrada hora concreto hora barro, num horário de verão que permitia com a sensação de noite ver o dia ir amanhecendo e aquecendo minha terra.
Lembro de tirar o casaco.
Lembro do papo com os amigos ou da caminhada solitária e auditiva.

Aquela rotina, então pesada, que eu jovenzinho não via a hora de acabar.

Mas é possível dizer com a vivência que a rotina é parte da felicidade, a rotina significa uma estabilidade, a comodidade tão precisa ao ser humano, os laços... mas que também tão exaustiva, o que faz com que sempre procuremos transição. Essa é a explicação de eu não ser convencido pela rotina de hoje, rotina que daqui alguns anos me trará tanta saudade.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Intuição



Gosto da chuva pela renovação
Os pingos que caem propostos a lavar as almas
E reanimar a terra, tão sugada pelas próprias criações

Gosto dos sonhos com significados
Ainda que isso seja arriscado
Sábios presságios a matéria, quando esta sabe interpretar

Tenho esse lado místico
De mistérios ao qual sondar
As propostas que são minhas e como vou realizar

Tenho esse lado ritualístico
De um barraco a planejar
Em que eu possa ouvir a chuva, no aconchego de um lar

Cheiro de terra molhada
Infância que passou
Cheiro de asfalto molhado
Urbano homem que resultou

Sou essa dualidade
De mato e concreto
Instigado e alarmado
O menino e o homem
A alma e a matéria

Nesse equilíbrio... me mova assim... Intuição.

domingo, 13 de maio de 2012

A herança



Nesses dias tão corridos, de tamanha confusão
Quando quero ir ao eixo, toco sempre uma canção

Das heranças de minha mãe, das lembranças que eu sou
A que soa sempre rica, é o dom que incentivou

Quando era bem menino, no piano me matriculou
Um contato com a arte, que hoje é parte do meu show

Sempre vivas na lembrança, essas notas permanecem
E lembrar que dali fugia, pois brincar era minha prece

Hoje faço o contrário, não sou grande tocador
Mas se vejo um piano, de ouvido toco o amor

A canção eu toco alto, notas que vão me acalmar
Consciente que no céu, a melodia vai chegar

Nesse céu está minha mãe, e presente sempre aqui
No caminho que eu trilho, é uma luz a me sorrir

Nosso encontro é sempre assim, como encanto que pairou
Resultado desse laço? Sem limites é o amor

Se em vida luminosa, ia sempre me assistir
Saiba mãe que es exemplo, e eu sempre vou seguir


Os Coqueiros



Hoje olhei para uns coqueiros...
Coqueiros comuns.. nem os de praia, nem tão feios...

No balanço do vento parecem desabar
Mas o que fazem de fato, é com o vento dançar

Percebi nos tais coqueiros, nem os de praia e nem tão feios...
... um desvio singular, uma hipertrofia muscular

Percebi no ponto percebido, parasitas a morar
Outras vidas que na vida se permitem improvisar

Perguntei pros tais coqueiros se gostavam de ser lar
Pois comum de ser humano é não ter sarna pra coçar

Me responderam os tais coqueiros com seu próprio balançar
Suave valsa da natureza que só faz harmonizar

Fiquei mais calmo

sábado, 12 de maio de 2012

Invasão



Invadiu o que era meu, nesse cerco se criou
E pensava que era eu, o motivo dessa flor
Lhe plantei nesse terreno, com adubo a tratei
Muitas vezes do rei sol, minha rota desviei, te dediquei

Retribuiu é bem verdade, em beleza se abria
E de fato nesse tempo era boa companhia
Mas contudo tudo passa, nesse palmo não deu mão
Precisei que tu voltasse pra sua fértil criação

Eis por erro de percurso, ou excesso de adubo
No terreno enraizou, e outra flor enamorou
Das daninhas tão falantes, que queriam nos podar
Hoje em ti vêem qualidades, nesse chão é popular

Era imenso meu alqueire e hoje sinto se cercar
Os segredos do meu pólen, te serviram pra florear
Eu de sol sempre fui feito e liberto em meu lugar
Invadida minha terra, vejo tudo ressecar

E percebo que aqui nunca foi o meu lugar
Pois o mato corre solto, não há nada pra barrar
Jardineiro eu não fui, eu fui flor a me doar
O meu erro mais profundo foi deixar de te podar

O papel de jardineiro, decidi abandonar
Sua beleza escondia os espinhos a afiar
Hoje nada mais eu faço, nada mais a de brotar
Todo fruto que valia, tu vieste me roubar

Tantas flores despedaçaram sob minha plantação
O jardim que eu plantava era feito de ilusão
Pois a flor que é plantada, cria vida e decisão
Decisão nem sempre justa com o pai de criação

Apesar de ter raiz, apesar de algum amor
O jardim que fui feliz, já não tem muito valor
Se contudo que aprendeu, não quiseste desbravar
Desbravador então sou eu, vou nascer em outro lugar

segunda-feira, 30 de abril de 2012

VAZIO em 3 ATOS




Da paisagem na janela...

A lua vista do meu apartamento é sempre deslumbrante
O retrato perfeito de seus raios refletidos no mar
Num silêncio de moldura que me põe a atormentar
Me sinto preso a este quadro... Lindo e vazio


Do amigo e sua dor...

A falta de conteúdo de novo o adoeceu
Seu remédio não se submeteu
A virilidade não foi capaz de assegurar
Cama não é firmamento, ela precisava dialogar
Vida, ciência, arte... ele não vai se interessar
E mais uma vez não entende
Mais uma vez tenta se matar, lamenta ela não estar
Ele quer casar, e de cama ficar
E se olha de novo no espelho, sem enxergar... Vazio e lindo


Do vazio por si só...

Eletrônicos, bebidas, comidas...
Quando nada mais preenche o que faz falta
E se sabe que é preciso por a alma em pauta
Escutar este "eu"
Surge então o pior pedaço de sentir-se vazio
Encarar o fantasma da própria existência
Nos damos conta que se estamos aqui temos que realizar
Então realizar ou voltar a se ''ocupar''?

As comidas e bebidas ainda estão lá...
Corre, vai te estufar.

...

E talvez nem tão lindo, e nem tão vazio...

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A Musa



Es bela sim
Os seus olhos que expressam me contam histórias a muito tempo, tempo que nasci...
Conheço seu jogo cênico
As capacidades que tens para chegar
Encanta porque faz com verdade, verdade por estar...onde quer estar.

Tens limites é verdade
Limites a me limitar
Mesmo assim nos momentos em que tive seus olhos... os meus puderam queimar.

Estrela sim
Ensina-me algo que tenho, que construo devagar
E me faz sonhar em um dia também pode-la ensinar, as coisas que sei, e que você arrisca buscar

Conheço-te bem, e tudo a te cercar, entendo a postura pela cobrança que há
Sei que meu conhecimento é suficiente para mergulhar fundo em algo que no futuro vai se transformar
Pois você é surpresa, sempre será.

O que eu sinto?
Também vivo a me perguntar. Posso falar em amor, inspiração, outras vidas...

 Para que te serve isso?
Um dia talvez você mesma queira me explicar.

E enquanto sentido pra você não há, vou seguindo a te admirar
Jogando meus olhos nos seus querendo ver você brilhar, e me olhar...

Minha musa!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Frio de Outono



Ah o frio desse outono invernado aqui do sul
Esse vento que arde em saudade
Que explode em vontade de nada fazer...
...de frágil encolher.

Ah, de novo passo aqui o més de abril
Nessa terra que de tão improvável...
...me acolheu em lar confortável.

Outono do vento sul
Folhas a cair como caem lagrimas sem sentido
O choro sem grande motivo...
...apenas por vontade de alguém pra me mimar.

Massas, bebida quente, fogo aceso
Artificial temperatura em que me aqueço
Beijos esporadicos ou algo mais forte...
...e os amigos em seus lares a própria sorte.

Lembro-me da histórinha da cigarra e da formiga
Apesar de ser cigarra...
...sigo como formiga
Passo o inverno fora do quintal.

...

E se passares com interesse a minha janela
Se cigarra fores por ai...
... a entreter-se no barulho de torrada das folhas douradas e marrons que quebra com seu solado no chão...
Não demores a dizer que me quer... o frio me fragiliza e minha carência é tremenda.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Corpo Objeto


Do valor pelo espirito santo
Ao sexo por qualquer encanto

Da entrega esperando o amor
Ao vício de remediar essa dor

De cansar-se em qualquer perdição
Ao sentir-se doente então

Eis o corpo objeto...

...Que usado como trajeto
Trás prazeres e ilusão

...

Na esperança da terra
Trazendo o espirito santo
Nasce sempre um corpinho
E já vai caminhando

Quando com sorte
Tem mãe e amor
Tem vigor e frescor
É educado e sonhador

Passam-se os anos
Escolhe e é escolhido
Nem sempre acolhido
Na escolha que fez

Feliz com sua dor
Confuso em seu amor
Solitário portador
Das consequencias de ser

Da escolha feliz
Que julgada infeliz
Lhe maltrata e diz
Fique quieto, não diz

E o corpinho tão lindo
Que macio foi protegido
Busca agora razão
E se entrega ao ladrão

Ansioso e confuso
Substancias em uso
Bel prazer, viciação 
A ilusória emoção

Portador da doença
Trabalhado em descrença
Sem espiritualização
Esqueceu a missão

A ser de qualquer um
Mais um motivo comum
Para vulgarização
Objeto e vão

Mas num sopro divino
Esse tal desatino 
Pode ser enfim bom
Fortalecendo seu dom

Madurando e aprendendo
Ele vai percebendo
O controle de si
E constroi outro ali


Motivo


Sempre diga o porque das coisas
Tem pessoas que se afastam de nós e nem sabemos o motivo
Temos o direito de saber o motivo
Temos o direito de errar e evoluir com os erros
Ser magoado por alguém pode ser duro
Mas pior que isso é não deixar que quem magoou saiba o que fez
Pois o mais dificil não é respeitar o próximo, mas a si mesmo
E nem sempre olhamos para dentro
E nem sempre sabemos o que passamos por fora
E nem sempre de fato magoamos, e de fato fomos magoados
Nem sempre temos motivos...
Nem sempre lemos bem as pessoas...
Nem sempre queremos dizer...
Mas devemos...
Se acreditamos que aquele coração tem salvação, que nós temos salvação, devemos...
Ainda que seja para os caminhos se desprenderem...
Façamos isso com aqueles em que acreditamos saber do diálogo...
Pois a opção do desprezo pode ser a consequência de uma não evolução
De nenhum, nem outro.
Quer perturbação maior que algo mal resolvido? 
Quer fracasso maior do que sair da experiência humana sem ter evoluído?

terça-feira, 13 de março de 2012

Noite e Dia



Já esperimentei da noite toda sorte de seduções
E do dia todas as orações
Que tolice seria escolher o que é melhor
Quando tudo vem em tempo para nós

Pela noite percorri com vaidade
Camisa preta, gel e charme
Um cansaço se me entrego em ser assim
Pois ao dia as olheiras falam por mim

Mas ao dia minha força é o trabalho
Corpo e mente sempre são desafiados
Um cansaço se me entrego em ser assim
Pois na noite a rotina pesa em mim

Dia e noite, noite e dia

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A estrada


Tempo quente, sufocante
O dia todo foi assim
Nessa noite, a convite
Pedalando eu sai

Sensação de vento fresco
"Dama da noite" a perfumar
E no céu muitas estrelas
Os meus olhos a brilhar

Do meu lado, beira mar
Velocidade pra aumentar
O poder de toda brisa
No meu rosto a refrescar

Essa brisa me domina
Que vontade de ninar
Mesma brisa que ao dia
Faz a perna bambear

Chego ao ponto, a visita
Não vejo a hora de voltar
Pra estrada tão bonita
Que permite relaxar

...

De amigo para amigo
De lugar para lugar
Deixa que eu te visito
Não precisa te cansar

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Artista



No centro da cidade, destacado da multidão

É aquele? (aponta)

Cuidado...

- Um granado, um saco, um punhão!
... já lhe aviso de antemão,
 que artista é perturbado, vive de outra geração

- Poe no saco açúcar, feijão, um pouco de pó!
... que artista é perturbado, fuça tudo no brechó

- Quanto deu, por favor?
... que artista é sedutor, todo tempo canta o amor

- Obrigado menino João!
... mas não ama você não, ama toda inspiração

...olha o jeito que ele anda
...olha como ele se veste
 - Que artista é como peste, nossos olhos apetece

... faz café a moda antiga
se interessa por detalhes da vida
reflete no tempo da água, do filtro, do pó...

- Mas pai (interrompe a menina)
  Isso é o que quero pra minha vida

... a filha (disse o pai entre orgulhoso e temeroso vendo-a decidida)
Es tu então uma causa perdida

Desejo



Nossos corpos lado a lado
Nada aconteceu
Nessa noite como eu queria um abraço teu

Lua cheia, noite quente
Apenas você e eu
Um encontro que pelo acaso se deu

Desejo seu corpo ardendo, como imagino que arda o teu
O seu beijo uma fonte
Pra refrescar o peito meu

Correm as horas, você ainda não me pertenceu
Sua atitude não demonstra querer algo meu
Mais aflito, nunca durmo, espero um gesto seu

Aos céus imploro o desejo teu
A resposta é que a atitude, quem deve tomar sou eu
Mas estremeço ao direcionar meu braço ao seu
No meio do caminho, desisto, espero o teu

Movimentos da cama
Vira-se pra lá, viro eu

Agonia em pensar que pode ser meu
Que pode ser a ultima chance que a vida nos deu
Em repetir o que um dia já aconteceu
Que guardei em mim, e hoje como fogo acendeu

Deixo a chama acesa, esperando o frio seu

Ela


Uma fada em meio as cores
Sentimentos, gestos, flores

Digna de admiração
Benevolência, compreensão

Luz capaz de transbordar
Alma pura, disposta a amar

Cotas verdes de tranquilidade
Protegida dos céus, de sua irmandade

Rainha das estrelas
Coração constelação

Riscos em desenho
Dom, inspiração

Seres bonitos, selvagens
Missão de sua dedicação

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Atônito


Silenciei
Quando disse e me disse nem tentei
Novidade e novidade é o que tem
Manejando esse tempo gaguejei
Não opinei

Silenciei
Meu futuro em minhas mãos sempre terei
Quem sou eu para mudar outro que vem
O que posso é exemplar se é que convém
Nem sei

Silenciei
Essa causa como está, assim está bem
Tem pessoas a gostar, e quem é quem?
Nos passarinhos fui buscar o que levei
Escutando o seu cantar eu serenei
Bem guardei

Silenciei
Atônito com o que vi, mas acordei
Portas abertas a surgir é o que me tem
A oferecer o que ali querem por lei
E segui a serenar porque plantei
Encerrei