segunda-feira, 29 de junho de 2015

O caminho



Vou trilhando um caminho
Que o caminho mesmo faz
Namorando a liberdade
Com amor fiel, sagaz

Mas tão triste é a estrada
Que não tem ninguém comigo
Como é dura a madrugada
Sem contar com ombro amigo

Dos poetas praticantes
Dos artistas ascendentes
Tantos pararam na estrada
Já com dor mais aparente

Já cairam em um ninho
Que ali, por si, cercou
Desistiram do caminho
Que alado o sonho armou

Vou seguindo um destino
Que nem sei se vou chegar
Se é destino ou desatino
O que faço é caminhar

Perfume



A lembrança do perfume é algo real, sentimental
Das meninas com seus truques, em conversas com as avós
Já aprendem muito cedo, essa arte de dar nó

Certa moça que me passa, sinto cheiro de outro alguém
Um perfume que me enlaça, dá vontade de também,
Baton, brinco, ladeando, vento e o olfato me entrevem
Quero tato, quero trato, quero o mapa desse alguém

Na memória olfativa se confunde a sensação
Essa tal que não é ela, não repõe a emoção
Mas propõe nova jornada, no jardim da sedução
Nessa força da libido, desenrola o coração