segunda-feira, 30 de abril de 2012

VAZIO em 3 ATOS




Da paisagem na janela...

A lua vista do meu apartamento é sempre deslumbrante
O retrato perfeito de seus raios refletidos no mar
Num silêncio de moldura que me põe a atormentar
Me sinto preso a este quadro... Lindo e vazio


Do amigo e sua dor...

A falta de conteúdo de novo o adoeceu
Seu remédio não se submeteu
A virilidade não foi capaz de assegurar
Cama não é firmamento, ela precisava dialogar
Vida, ciência, arte... ele não vai se interessar
E mais uma vez não entende
Mais uma vez tenta se matar, lamenta ela não estar
Ele quer casar, e de cama ficar
E se olha de novo no espelho, sem enxergar... Vazio e lindo


Do vazio por si só...

Eletrônicos, bebidas, comidas...
Quando nada mais preenche o que faz falta
E se sabe que é preciso por a alma em pauta
Escutar este "eu"
Surge então o pior pedaço de sentir-se vazio
Encarar o fantasma da própria existência
Nos damos conta que se estamos aqui temos que realizar
Então realizar ou voltar a se ''ocupar''?

As comidas e bebidas ainda estão lá...
Corre, vai te estufar.

...

E talvez nem tão lindo, e nem tão vazio...

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A Musa



Es bela sim
Os seus olhos que expressam me contam histórias a muito tempo, tempo que nasci...
Conheço seu jogo cênico
As capacidades que tens para chegar
Encanta porque faz com verdade, verdade por estar...onde quer estar.

Tens limites é verdade
Limites a me limitar
Mesmo assim nos momentos em que tive seus olhos... os meus puderam queimar.

Estrela sim
Ensina-me algo que tenho, que construo devagar
E me faz sonhar em um dia também pode-la ensinar, as coisas que sei, e que você arrisca buscar

Conheço-te bem, e tudo a te cercar, entendo a postura pela cobrança que há
Sei que meu conhecimento é suficiente para mergulhar fundo em algo que no futuro vai se transformar
Pois você é surpresa, sempre será.

O que eu sinto?
Também vivo a me perguntar. Posso falar em amor, inspiração, outras vidas...

 Para que te serve isso?
Um dia talvez você mesma queira me explicar.

E enquanto sentido pra você não há, vou seguindo a te admirar
Jogando meus olhos nos seus querendo ver você brilhar, e me olhar...

Minha musa!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Frio de Outono



Ah o frio desse outono invernado aqui do sul
Esse vento que arde em saudade
Que explode em vontade de nada fazer...
...de frágil encolher.

Ah, de novo passo aqui o més de abril
Nessa terra que de tão improvável...
...me acolheu em lar confortável.

Outono do vento sul
Folhas a cair como caem lagrimas sem sentido
O choro sem grande motivo...
...apenas por vontade de alguém pra me mimar.

Massas, bebida quente, fogo aceso
Artificial temperatura em que me aqueço
Beijos esporadicos ou algo mais forte...
...e os amigos em seus lares a própria sorte.

Lembro-me da histórinha da cigarra e da formiga
Apesar de ser cigarra...
...sigo como formiga
Passo o inverno fora do quintal.

...

E se passares com interesse a minha janela
Se cigarra fores por ai...
... a entreter-se no barulho de torrada das folhas douradas e marrons que quebra com seu solado no chão...
Não demores a dizer que me quer... o frio me fragiliza e minha carência é tremenda.