segunda-feira, 18 de junho de 2012

Julgamento sem explicação



Uma dor pungente tomou meu coração
E num convite resolvi reconsiderar a situação
Minha dor não é por nada que eu tenha feito
Mas por ter julgado em outro um defeito

Te esperei então para um café
Comprei leite e pão
Te liguei, senti sua voz tremida de aflição
Sei da consideração, achei que sabias também, por isso a sofreguidão

Horas depois me retorna em ligação
Entre fantasmas me propõe outra situação
Que tomemos café num local de gente em circulação
Tanta insensibilidade aflorou seu coração? 
Como poderia eu falar assunto doloroso em meio a tanta informação

Não cometeria o erro de julgar novamente sua ação
Entendo o seu medo após tanto gelo do meu coração
Mas esqueceu você os pormenores da situação?
Que num pouso tranquilo o desequilíbrio veio na pós situação? 

O tempo passando, e eu só te encontrando no acaso pelos amigos irmãos
Mais um motivo pra eu ter feito a ligação
Frequentar o mesmo espaço é fracasso quando existe mal resolvida situação
Dentre o tempo, que passado, seu olhar procurou-me inflexão
O meu em ti reflexão, pois sempre foi clara nossa condição

Enquanto as moscas começavam a rondar a mesa
Que feita com destreza para acalentar o que seria a delicada conversação
Imaginava eu em temor o porque do seu coração
Das mais fofocas que surgiriam em vão, de mais uma vez, tanta suposição

Escutei o eu dos outros que contavam de seus novos ares
E por de sua boca calares, após tanto tempo de relação, nada mais vi em verdade vindo de sua direção
Sofri por essa ausência de dialogo por parte de quem fui tão dedicado e que me atribui tanta dedicação
Com gelo fiquei empedrado mas mesmo assim desejei o bem de sua nova apreciação
Mas como num inverno gelado isso serviu pra deixar-nos cada um fadado a sua própria edificação

Sigo bem e tranquilo, porém ofendido mais uma vez e pela mesma situação
Só queria poder entender o que tenho que conviver e porque não veio de você o sabor da revelação
A ligação foi minha ultima cartada, mas muito pensada pra não criar confusão
Sentimentos de amigo já não fazem sentido quando de namoro era a outra relação

E o café vai esfriando
E o pão molengando
Pior que isso
A confiança acabando

Um comentário:

Priscila Lopes Franco disse...

A forma como seu texto vai se desenvolvendo soa tão natural que quando a lemos parece quase como que uma lembrança, seu toque de beleza é pleno tornando-a magnífica. Simplesmente perfeito!