quarta-feira, 30 de maio de 2012

Vizinha Solidão




Tenho uma vizinha, vizinha indesejável
Que ronda certos momentos do meu dia
Toda vez que ela me observa vem-me tristeza
Vem-me vontade de distração, de amigos, muitos amigos
De namoros, de sexo, de atração, de qualquer tempo com outros
Mas por mais convites que eu faça e que me sejam feitos
Tudo se acaba na matemática das horas e resta apenas eu sob os olhos dela de novo

Minha vizinha é tão impertinente que se faz presente até quando penso que me livrei
Sinto-a as vezes em meio a uma multidão, sinto-a a observar minha alma, dentro aqui

Dou a festa pra não correr o risco de ficar a sós com ela
No meio da festa ela aparece e me observa, todos brindam, ela não
Todos falam, tento me colocar, mas ela é quem está a disposição
Vão embora, bêbados, copos pelo chão, sem se importar com o que deixaram de mão
É... Alguém tinha que ficar pra apagar a luz

Eis eu de novo lado a lado com ela, minha vizinha solidão

Pensando melhor, talvez minha vizinha seja a melhor companhia
Ela nunca vai embora e apesar da dor dessa amizade, as vezes é a única com quem posso contar
Conhecendo-a melhor, quem sabe eu possa me conhecer mais também
Se ela vive a me observar, talvez tenha criticas construtivas sobre mim

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