Seus olhos ardem em mim como ferro em brasa marcando, não só meu corpo, mas minh'alma
Sob o corpo, os desejos, flamejantes e pulsantes por ti
E toda vez que me lanças me alcança, e me dói
Quando vês então que a ti estou entregue
Mudas a direção, maltratas meu pobre coração
Brincas nesse jogo de ilusão, sem nem ter consultado permissão
Contudo saibas que estou só, e que tenho por experiência amores idos
E que isso em presente, vale-me de peneirado, não sou ouro fácil as mãos de qualquer mineiro
Mas a ti sou tão sucata, que desmonta-me sempre em primeiro
Pois quero amor
Digo-te ainda que sou promessa a muitos outros olhares
Mas contrário de você, não fui feito o responsável
Sou apenas amigável, a serviço de bom ser
Penso até que tal motivo, fez-me ter frescores teus
Que por mim correspondidos, acuado esmoreceu
E gelado como neve, faz-me então enlouquecer, a pensar que é coisa minha, esse ardor por te querer
Quando fujo desses olhos, que tantos iguais me olham assim
Volta-se em interesse, renascendo tudo em mim
Ah, tais olhos de promessa
Minha vã condenação
Dessa gente que me atiça
Por curiosa indecisão
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