sexta-feira, 6 de julho de 2012

Reflexão sobre a vida




Mas o que é a vida?
Passamos anos e anos vivendo, nos orgulhamos de chegar cada vez mais longe, aos 70, aos 90...
Mas de fato, quantos dias realmente vivemos? Porque gostamos de ir tão longe e desperdiçamos tanto o hoje?
Qual a resposta para isso, que nos faz querer viver sempre mais e no entanto nunca estarmos satisfeitos com o que somos hoje?
São dias desperdiçados ou vividos como nossa mente e corpo são capazes de oferecer? São muitos dias para serem intensos não? Mas a vida é curta, não é?

Só sei que tenho as vezes vontade de abraçar o mundo, pois parece a mim, que quanto mais eu puder conhecer, ver, mais viver terá valido a pena. Por outro lado isso as vezes cansa tanto, deixo tantos laços para trás, tanta gente que seguirá por seus caminhos e para quem serei apenas uma vaga lembrança, ou uma dor de saudade. Tanta gente que eu gostaria de acompanhar, ver seguir seus passos, me dedicar.

Sinto-me tolo nesse espirito de aventura quando penso que não serei capaz de olhar tudo que meus olhos vislumbram, e de pensar também que essa aventura pode ser uma fuga por em determinado momento eu não conseguir me estabilizar.
Sinto-me tolo quando penso que cada pessoa não é colocada em tal ponto do mundo a toa, é muito mundo e muitas pessoas que precisam se encontrar, então pra que se apressar? Estarei onde estiver que estar.

Contudo me fortaleço em saber que esse espirito não me deixa acomodado, e das coisas que considero ser  missão, sigo mais forte sem medo de abandonar o que conquistei materialmente afim de dar continuidade ao meu trabalho, porque na verdade o essencial sempre irei levar.

Sigo assim nessa profunda questão, entre o vazio da novidade, a lacuna de abandonar tantos olhares e a esperança da renovação.
Mas voltando aos dias...
Conhecendo o pouco que já conheci...
Posso dizer que no caribe ou numa praia aqui perto, no inverno do Alasca ou na geada do Rio Grande do Sul, todos são iguais. E todos pensam como deve ser linda a realidade a qual não conhecem. A velha história do quintal do vizinho...
Vizinho que me traz de novo a porta da minha casa, e me faz maturar que de tudo se leva um pouco, e desse pouco quero todo valor. Existem pessoas que amarei para sempre, e mesmo ausente, celebrarei cada momento.
Batendo na porta e adentrando a minha casa de valores, percebo agora que não tem coisa melhor na vida, e em todas as vidas de qualquer pessoa do mundo, ainda que muitas não percebam, do que aqueles momentos que podemos compartilhar em comum, e que tantos já vivemos.
Aquele almoço de domingo com papai, mamãe e os irmãos, em que todos cozinharam, comeram e celebraram a degustação, a união, o afeto.
Aquele namoro gostoso de quem te amou profundamente, e andou com você determinado momento, que explorou teu corpo e deixou-te explorar.
Aquele trabalho que realizou e te fez sentir útil.
O papo que fluiu tão natural, as loucuras entre amigos.

Penso que existirá sempre uma compensação, quanto mais quiser, mais terei de doar, e quanto mais conhecer, mais terei a administrar, só peço a Deus sempre a direção, a missão, nunca desprendimentos trocados por aventuras em vão... também nem tantos dias, apenas dias extras para errar, e muita vida a cada dia.

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