Apaixonado não pela beleza que desfila, já contemplada, e com ele tão familiarizada
Aquela que com seu sopro valoriza o balançar de seus cabelos...
Mas sim por aquela que raramente desprende o coque, de beleza entre jovial e madura
Com muito mais mistérios a ser sondados do que sorrisos revelados
Eis que toda noite o vento lhe assobiava a janela, numa fúria de paixão
E ela entristecida não sentia a sensação, considerava sempre uma inoportuna tempestade de verão
De manhã, tola, essa senhora varia irritada toda natureza morta que a noite a sua varanda trazia
Sem nem notar que aquele era o buquê que sonhou a vida inteira, e que o vento sempre lhe preparava em primazia
Raramente fora de casa, a mulher não conhecia poesia, em leituras vez ou outra, mas em prática vazia
Um marido que lhe sugava e suas capacidades resumia, uma mulher feita de ansiedade, muitas lagrimas esvairia
Certa vez o vento bateu tão forte que seu corpo esmoreceu, visto assim frescor tão forte essa moça percebeu, um carinho no pescoço que o vento concedeu.
Apalpou o próprio pescoço, lhe chegou a faltar ar, o respiro mais profundo era o vento a lhe beijar.
No calor desse momento os cabelos quis soltar, e feliz por um segundo, foi a rua pra bailar, com o vento que soprou pode assim se descobrir, quando a casa retornou, já pintou sua cútis.
E abriu sua varanda, como quem sorri pra vida, uma flor cor de lavanda, esse amante oferecia.
Visto tê-la conquistado, ele então pôde partir, para um outro lar fechado, na missão fazer fluir.