O ''Mistura Feita'' agora está de cara nova, mas o conteúdo continua o mesmo. Aos apreciadores dos meus textos entrem, tragam seu ingrediente e misturem a vontade.
segunda-feira, 29 de junho de 2015
O caminho
Vou trilhando um caminho
Que o caminho mesmo faz
Namorando a liberdade
Com amor fiel, sagaz
Mas tão triste é a estrada
Que não tem ninguém comigo
Como é dura a madrugada
Sem contar com ombro amigo
Dos poetas praticantes
Dos artistas ascendentes
Tantos pararam na estrada
Já com dor mais aparente
Já cairam em um ninho
Que ali, por si, cercou
Desistiram do caminho
Que alado o sonho armou
Vou seguindo um destino
Que nem sei se vou chegar
Se é destino ou desatino
O que faço é caminhar
Perfume
A lembrança do perfume é algo real, sentimental
Das meninas com seus truques, em conversas com as avós
Já aprendem muito cedo, essa arte de dar nó
Certa moça que me passa, sinto cheiro de outro alguém
Um perfume que me enlaça, dá vontade de também,
Baton, brinco, ladeando, vento e o olfato me entrevem
Quero tato, quero trato, quero o mapa desse alguém
Na memória olfativa se confunde a sensação
Essa tal que não é ela, não repõe a emoção
Mas propõe nova jornada, no jardim da sedução
Nessa força da libido, desenrola o coração
sábado, 24 de janeiro de 2015
A Bondade
A bondade é silenciosa
Despercebida num mundo de shows e fogos
Ela não necessita de autoafirmação
Resumi-se ao sensorial
A bondade encorpa a vida dia a dia
Como o ciclo de lua e sol
Tem seu aquecer, seu acalentar
É desconsiderada pela falta de dramaticidade
Pouco vista pelo sangue quente, desacreditada, depreciada
Suas doses para tantos nunca tem limite suficiente,se perdem como sal no mar
Poucos lhe sabem utilizar, mas sua fonte é infinita, e fácil de encontrar
Está no silêncio dos inocentes, na natureza que encobre o ar, no dormir e acordar
Na paz pós guerra, na voz em tom baixo, na linguagem dos olhos, no canto dos pássaros, na chance nova há cada dia
A bondade está em agradecer, em respeitar-se enquanto ser
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Riscado para uma insana
Hoje é o dia em que quieto minha alma chora
Daqueles dias que queremos a companhia de ninguém
Porque aquele alguém, mais um a quem, amamos vai embora
Uma sensação de não ter aproveitado tanto
Não ter notado o quanto, do bem que ela te fez
Remorço da raiva dos seus defeitos, que de tão perfeitos, lhe caiam bem
Doido em pensar no tanto, que nosso pranto, hoje faz bem
Orgulho da inocência, das más tendências, que ela tem
Atingido, coração mexido, pela alma amiga que a gente tem
Sábido, que é bom pra mim, que é bom pra ela, que sigamos sem
Eu vou, ela vem, ela vai, vou também... o baile é animado, dancemos entre cem, sem ninguém, entre vento, ela de novo.... Olha o trem...
Eis o riscado para uma insana, Juliana, ou eu ou cem, eis nosso coração puro, nos protejendo e levando, mar além...
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