quarta-feira, 1 de maio de 2013

Conselho do arredio




Meu velho pai já me dizia
Pra quem contar tua enforia
Pra quem chorar tua agonia
Da forma um, de forma outra
Vai contra tu um dia

Não existe amizade onde existe a lei da carne
Não precisa ser pedaço de boi
Seus amigos quando olham os teus olhos marejados por alguém pensam
Porque ele quis esse outro tão bem?
Logo cai a tua força, logo aumenta a tentação que os outros tem
Então vão lá filar o trem

Não é a lei da selva
É a lei da sem-vergonhice
Lei da tolice

Guarda teu choro
Guarda tua alegria

Deixa que isso tudo corra aos ouvidos por outras bocas
Pois ali não se vê de fato
Deixe sempre pelo sim pelo não

Ouça o conselho do arredio, desse matuto coração
Que levado por razão, não saúda com seu ouro olho algum, nem de irmão.

Um comentário:

Priscila Lopes Franco disse...

Verdadeiro, simples mas completo, algo belo e profundo, feito com magistral habilidade. Lindo!!