O ''Mistura Feita'' agora está de cara nova, mas o conteúdo continua o mesmo. Aos apreciadores dos meus textos entrem, tragam seu ingrediente e misturem a vontade.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Confusão
Indefeso diante da prestatividade, generosidade
Não correspondendo a tanta satisfação
Oferecendo uma pouca verdade
Que meia verdade, vinda do coração
Confuso por falta de conflito
Por dentro aflito em não saber explicação
Doente por ser admirado, quando sinto-me fadado a uma cela de prisão
Futil por querer ser livre e sem saber qual a razão
E quando o problema é justamente a solução?
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Capataz
Para traz, Capataz
Não dirás que não sou capaz
Nesse roçado eu sou audaz
Planto frutos, como voraz
Para traz, Capataz
Meu empenho reproduz
Te ilumino, ser sem luz
Suor é ouro, e reluz
Suor é ouro, e reluz
Para traz, Capataz
Não me prende em alcatraz
Teu chicote que é mordaz
Não me marca, nem reduz
Para traz, Capataz
Não sou forte, mas perspicaz
Meu segredo tu me traz
Teu exemplo não seduz
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Cão
Foi uma presença incrível
Veio portando o coração
Os seus olhos eram de pedido
Mas certeiros de um retorno bom
Toquei com sede
Senti sua temperatura
Abriu-se em satisfação
Cheirou-me em gratidão
Trouxe paz a minha ansiedade animal
Ali ficou, fluiu natural
Ali ficou, fluiu natural
Terminado o contato
Deixei-o então
Sem reclamação, sem explicação
Ele seguiu para um lado, e eu ,modificado, na outra direção
Como me ensinou a entrega de um cão
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Condição
Eis que hoje acordei tão calado
Sem sorriso, de lábio colado
Mas em paz, sem qualquer aflição
Você vai me notando de lado
E percebo que esse meu estado
Não lhe agrada, lhe rouba atenção
Ao sentar-se contigo esta mesa
Já me surge na mente a certeza
Quer saber se isso é solidão
Tão cansado por ser questionado
Te respondo num tom gaguejado
Que calar pode ser condição
...
Por favor, passa a faca e o pão?
E assim vai seguindo a canção...
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Cassino Coração
Que meus olhos são de lume
Meu cassino coração
E na noite sempre assumem, cor azul no tom neon
Iluminam o carteado
Onde vale bom cascalho
Onde vale jogo bom, jogo desses sem ladrão
Tanta luz parece dia
Sensual, bem quente ou fria
Me embebedam de emoção, tomo drinks disso então
Os aplausos, risos, fogo
Marcam a locomoção
De uma gente animada, pra roleta da paixão
A paixão é como a noite
Quente ao passo de esfriar
Que vestido mais vulgar, esse que quero apostar
A vulgar então me olha
Prateada no open bar, roda aquela maquininha
As moedas a jorrar, e só tende a ganhar, e só tende a ganhar...
Viro os olhos eis que vejo
Homem velho no bingão, um charuto a queima boca
O acompanha a solidão
Uma risada de estalar
No meu ouvindo, vermelhidão
A vulgar vai celebrar, a vitória do velhão
Tantas lá, tantas pra cá
Roupas caras, visto, é bom
Mas champagne não vou pagar, pois sou puro de emoção
O que eu gosto é brilhar
Meu cassino coração
O que eu gosto é acordar, celebrando o dia são.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Ventos tristes
Me reconhece em ventos tristes?
Fui criado na alegria
Te alertava, mas sábia
Que não ia me escutar
Me reconhece em ventos tristes?
Eu, sorriso no olhar
Uma fusão de rio e mar
Te bastou pra te afogar
Me reconhece em ventos tristes?
Mas quem não ventou assim?
Achou mesmo que no fim,
Vida é essa, de dor, pra mim?
Me reconhece em ventos tristes?
Por tão pouco me notar
Objetivo sempre lá
Mas conforto nem sempre é A, para se gabaritar
Me reconhece em ventos tristes?
E eu com asas a voar
Base dos pais pra fortificar
Prova de vida, cair e levantar
...
...
Me conheceu foi em vento bom...
Mas prefere é recordar
Do tão frágil pra fragilizar
A mais um pra encarar, como homem de valor
....
Me reconhece em ventos tristes?
Ventos tristes só existem
Se aprendemos a lição
Ventos tristes não existem
O que fica é vento bom.
domingo, 13 de novembro de 2011
Do amor por dor
Não conhece amor quem não conhece respeito
Desconhece respeito quem acha que tudo tem que ser perfeito
Não se pode considerar amor com dor
Dor não é amor, não se usa de amor para causar dor
Dor é lacuna de amor
Falta de amor próprio é incapacidade de trocar
Egoísmo é sugar
Dissimulação de sentimentos é desconhecimento total de respeito
Se escolheu amar...
Se ame
sábado, 12 de novembro de 2011
A lua bela
De venero a lua bela
Seu Quinze e seu Timbó
Num barquinho que tão só
Nesse mar vai navegar
De venero a lua bela
De venero a lua bela
E a Sônia e sua insônia
Que na noite sempre... insônia
Com o amor que vai chegar
De venero a lua bela
Cuja os raios ilumina
O semblante da menina
Enamorada a namorar
De venero a lua bela
Açucena na janela
Com as tranças de donzela
E a vizinha a fofocar
De venero a lua bela
Nessa rua toda nua
No silêncio que pontua
O segredo a revelar
De venero a lua bela
Que te sabes tudo aqui
Mas não faz o ti ti ti
Logo o sol vem clarear
Ponto de vista
Olhando apenas para o lado
No intimo está incomodado
Não sabe o que omite ou assume
No medo que julguem teu costume
Mas tudo lhe parece normal
Entende que o que é pra bem não faz o mal
Ainda assim os teus segredos mais puros
Teme que aos outros sejam obscuros
Vendo pessoas a te notar
Cega os dois olhos ao imaginar
O que falam de você
O que pensam ao te ver
Usa de alucinações
Com chibata pune suas criações
Mascarado a mascarar
Mascarado a mascarar
Sem tempo de respirar
Sempre fresco fica o gesso
Cai e mostra seu (eu) começo
Cai e mostra seu (eu) começo
Muito exausto pra notar
Benevolências a te mirar
Quem nem te conhece mais te crê
E se inspira no que vê
Ou conheçe, mas não diz
Que em ti vê um ser feliz
Ou conheçe, mas não diz
Que em ti vê um ser feliz
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Permissão
E então eu penso em te deixar...
Meu Deus, onde isso vai dar!
Tão incerto é meu trilhar...
Você vem...
Me da um abraço mais quente
Se coloca mais atraente
Sempre presente
Confude minha mente
E então eu penso em te deixar...
Meu Deus, onde isso vai dar!
Tão incerto é meu trilhar...
Você vem...
Cuida minha ferida
Diz tudo ser simples na vida
Me beija enlouquecida
Entrega desmedida
E então não penso mais em te deixar
E então não penso mais no que vai dar
Apenas sinto seu labio me tocar
Apenas sinto seu jeito de olhar
Apenas deixo no meu coração, você caminhar
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Descobrindo a velha cidade
Que tal conhecer Apiaí?
Nada como apresentar sua cidade a alguém para descobrir que quem precisava conhece-la melhor é você mesmo. Foi o que aconteceu comigo nessas férias, onde em visita para matar as saudades da amada família, aproveitei para fazer um tour pela velha cidade. Fiquei surpreso com a quantidade de coisas que descobri, o que fez aumentar ainda mais o orgulho de fazer parte de uma região tão rica em ecoturismo.
Apiaí está localizada no interior de São Paulo e divide com o município de Iporanga os áureos do parque Petar, que concentra mata atlântica, cavernas, trilhas, cachoeiras e outras surpresas.
Com muito prazer divido com vocês agora, um pouquinho do que foram minhas férias na terra natal:
1- Minha querida companheira dessa viagem Dani Pazeto, no velho trilho de trem da cidade.
2- Tem prazer maior que rever a família? Minha linda sobrinha Maria Alice que amo muito.
3- O lindo e variado artesanato local de Apiaí feito a base de barro é exposto na ''Casa do artesão''.
4- O portal de entrada da cidade.
25- O deslumbrante ''Véu de noiva''.
26- Vale mais uma foto. Também é conhecido como ''Noite estrelada''. Brilha mais que nesta foto, muito lindo.
27- Foto de um dos acessos dentro da caverna, o visitante também pode nadar nas águas abaixo da ponte.
28- Pra finalizar, eu num dos momentos mais bacanas dentro da Caverna Santana. E ai, vamos conhecer?
Nada como apresentar sua cidade a alguém para descobrir que quem precisava conhece-la melhor é você mesmo. Foi o que aconteceu comigo nessas férias, onde em visita para matar as saudades da amada família, aproveitei para fazer um tour pela velha cidade. Fiquei surpreso com a quantidade de coisas que descobri, o que fez aumentar ainda mais o orgulho de fazer parte de uma região tão rica em ecoturismo.
Apiaí está localizada no interior de São Paulo e divide com o município de Iporanga os áureos do parque Petar, que concentra mata atlântica, cavernas, trilhas, cachoeiras e outras surpresas.
Com muito prazer divido com vocês agora, um pouquinho do que foram minhas férias na terra natal:
1- Minha querida companheira dessa viagem Dani Pazeto, no velho trilho de trem da cidade.
2- Tem prazer maior que rever a família? Minha linda sobrinha Maria Alice que amo muito.
3- O lindo e variado artesanato local de Apiaí feito a base de barro é exposto na ''Casa do artesão''.
4- O portal de entrada da cidade.
5- No ''Morro do ouro'', tuneis que restaram de escavações para retirada de ouro ainda estão intactos.
6- Ponto rico da mata na estrada de Apiaí/Iporanga onde ufólogos afirmam ter visto extraterrestres.
7- Eu e Maria Alice na piscina natural de uma pousada na serra de Iporanga.
8- A linda e refrescante piscina natural de cor esverdeada do parque Petar.
9- A boca da entrada da ''Caverna Santana'', uma das mais visitadas do Petar.
10- Meu pai, eu, Maria Alice, minha irmã Lisandra e a Dani dentro da caverna e atras, o ''Bolo de noiva''
11- A cristalina água dentro da caverna.
12- Formações rochosas lindas e milenares.
Dentro de uma caverna somos convidados a viajar na imaginação, eis formas familiares a nós que tornam ainda mais interessante o passeio do visitante:
13- Cabeça do macaco
14- Cavalo (Seria o Faísca pessoal do BCW?)
15- Peru
16- Abridor de lata/garrafa.
17- Uma caverna também pode ser erótica. Falam que ali é a sala da Fafá de Belém, porque será?
18- Esse é melhor nem comentar né?
19- Olho de peixe.
20- Bailarino (Essa vai pro pessoal de ''O Sonho do Cowboy''). rs
21- Dentes do tubarão
22- Pata de elefante
23- Bruxa
24- Cristo
25- O deslumbrante ''Véu de noiva''.
26- Vale mais uma foto. Também é conhecido como ''Noite estrelada''. Brilha mais que nesta foto, muito lindo.
27- Foto de um dos acessos dentro da caverna, o visitante também pode nadar nas águas abaixo da ponte.
28- Pra finalizar, eu num dos momentos mais bacanas dentro da Caverna Santana. E ai, vamos conhecer?
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Fama
Extra Extra
Vazou no jornal
Peteca, moinho, no vento é normal...
Instantaneamente
Vem como presente
Correto, é o tal, que fenomenal
Saiu na imprensa
Mas que desavença
Que cara de pau, pessoa anormal
Tanto talento
Talvez desatento
Fugiu ao trivial, a regra social
...
Correto, é o tal
Pessoa anormal
Peteca, moinho, no vento é normal...
Dia de índio
A pouco tempo atrás saiu na imprensa imagens divulgando uma tribo de índios antes nunca fotografados que vivem isolados dos seres humanos na floresta, próxima a fronteira entre Acre e o Peru. Quando vi a noticia com as imagens tive uma sensação estranha, que não sei narrar qual foi. Uma mistura de surpresa com nostalgia, espanto, enfim...um pouco de tudo...
Isso se deve ao fato de que a gente "estuda" sobre índios quando criança na escola, se pinta de índio no dia do índio e faz aqueles desenhos em classe em prol da natureza e tudo mais... Comigo foi um pouco mais além, realmente eu gostava desse universo índigina, de folclore, minha infância sempre foi rodeada por isso. Mas apesar desse "conhecimento", ao ver a nota percebi o quanto isso está tão longe de nós! Índio tornou-se praticamente uma lenda, principalmente esses que não tem realmente contato nenhum com o ser humano, são rudes e selvagens mesmo! Isso em pleno século XXI, algo inacreditavel realmente, mas de certa forma feliz, pois ainda existe, não que modifique alguma coisa na vida de qualquer cidadão moderno, mas remete a um passado, a uma filosofia de vida correta mas aos olhos de todos ultrapassada e inviavel. Mas o índio tem para a sociedade ainda um valor, o valor de índio, de povos antigos, das páginas da história, da raça a ser preservada, como os animais que precisam ser preservados para futuras gerações poderem ver. Ainda bem que o ser humano ainda não os colocou no zoologico, pelo menos essa prudencia no meio de tanta barbaridade.
Muito engraçado, mas na vida é assim, enquanto é interessante, é mantido, sendo mais fraco, a escolha é a piedade, pois o interessante, a escolha, é sempre do mais forte.
Segundo a equipe pesquisadora que divulgou as fotos eles foram recebidos a flechadas, e que bom que foi assim, pois quando ficarem bonzinhos, ai já eram! Concordo plenamente com esse pensamento, a "selvageria" ainda é a melhor saída pra eles e o que pode manté-los.
Agora curiosamente pensando, como vivem essas pessoas isoladas de toda tecnologia, todas as conquistas do mundo, constando nos capitulos da história da humanidade sem saber o que é a história, vivendo a sua própria história.O que pensaram ao ver o helicoptero sobrevoando, será que sabem de todo o resto do mundo, será que não...porque ficam naquela forma tão primitiva, não se desenvolvem...seria por falta de inteligencia ou por excesso dela....ou por mera simplicidade, por viverem hamonicamente com a natureza respeitando seus limites....enfim, muitas perguntas que jamais saberemos as respostas, porque se um dia tentarmos saber, nos aproximarmos, deixarão de valer a pena, pois o que torna mágico esse povo, é o mundo deles longe do mundo de todos nós! Só poderiamos aproximarmo-nos deles, se fossemos suficientemente respeitadores como eles são, na harmonia com a natureza, eles são parte dela...ou seja, nunca, pois diante de tudo que vivemos, o ser humano só iria recomeçar, se estivesse, de volta ao começo, ao fundo do fim!
Teoria de praticar
Só não me prove que es triste pelo desnecessário
Se te julgas sem dinheiro
Reconheça os excessos
Se não tem energia
Guarde
Se te falta amor
Arrisque um batom mais provocante
Se está sem novidades
Deixe-te surpreender pelo latido de um cachorro da rua desconhecida
Se está sem criatividade
Que a criação parta da exaustão de uma falta
Apenas não te justifique com rotinas
A se amarrar com cordas frouxas
Inves de com cordas poder escalar
Mentalize no corpo a teoria de praticar
Necessária Solidão
Senti necessidade de ficar só...
E mesmo só já sou dois, eu com o meu eu.
Se considerar a energia superior que me leva a frente no mundo estive
Mas
Decidi ficar só no escuro do meu quarto, a meia luz, decidi ficar só no telhado à noite, somente eu e as estrelas...
Decidi ficar só no lago, no mato, estirado, escutando os bichos sem escutar nem meus medos.
Se escutar meus medos não estarei só... Às vezes nem a companhia do meu eu queria ter, gostaria de ficar sem pensar em nada por alguns instantes, nem pensar que não estou pensando...
Qual a cor da solidão, a solidão é completa? É possível estar só em todos os aspectos, deixar por um instante cada parte do coração vazia?
Não sei, mas o aperto que se da no peito às vezes por um simples acontecimento que toca nesse órgão humano estremece e deixa um buraco invisível aos olhos, mas muito fácil de enxergar.
Então porque muitas vezes, quando se está completo desejar a solidão, desejar estar sozinho longe dos que preza, dos que almeja?
Talvez seja o momento de respirar, pois mesmo realizado ainda serei eu, e preciso escutar o que somente sozinho poderei perceber, e escutar-se é como respirar, pelo menos para os que como eu, não se contentam apenas com o fato de existir, mas buscam o porque de cada instante nesse mundo.
Unilateral
Opções pra que?
se quero somente seu corpo
Se tudo eu vejo em seu olho
e vejo nos outros você
Opções pra que?
Se afogo no copo essa magoa
Se a noite é sempre acordada
pensando em você
Opções pra que?
Se doi esconder o que sinto
Se vivo num labirinto
omitindo meu eu a você
Opções pra que?
Pra encher-me de nada
Fingir-me feliz nessa estrada
morrendo de amor por você
Pombais
Ciscando tudo que há para ciscar
Os ratos de asas não vão intimidar
Lixão do mundo com poder alado
Para onde vão as pombas quando anoitece?
Os ratos de asas não vão intimidar
Lixão do mundo com poder alado
Para onde vão as pombas quando anoitece?
Seres urbanos a volta de velhos e crianças
Tão falidos quanto às praças e seus monumentos já de sentido banalizado.
De vida tão duvidosa quanto os outros que por ali andam, atrás de sei lá o que...
Para onde vão as pombas quando anoitece?
Visíveis ao dia, não temem o acaso
Nos bandos se juntam, tem pressa no ato
Cabeça, pequeno bote, voando baixo
Esforço, pouso, pombais.
Para onde vão as pombas quando anoitece?
Bicho comum, não faz por faltar
Pecado de um homem... Gula, preguiça
Pomba da paz, símbolo nobre
Pombo correio, fantasia infantil
Para onde vão as pombas quando anoitece?
Gari, terno e gravata, pomba
Sol, resto, pomba
Rua, pomba, mendigo, silêncio das capitais
Símbolo subjetivo do que já foi, do que é ou tanto faz
Para onde vão as pombas quando anoitece?
Tão falidos quanto às praças e seus monumentos já de sentido banalizado.
De vida tão duvidosa quanto os outros que por ali andam, atrás de sei lá o que...
Para onde vão as pombas quando anoitece?
Visíveis ao dia, não temem o acaso
Nos bandos se juntam, tem pressa no ato
Cabeça, pequeno bote, voando baixo
Esforço, pouso, pombais.
Para onde vão as pombas quando anoitece?
Bicho comum, não faz por faltar
Pecado de um homem... Gula, preguiça
Pomba da paz, símbolo nobre
Pombo correio, fantasia infantil
Para onde vão as pombas quando anoitece?
Gari, terno e gravata, pomba
Sol, resto, pomba
Rua, pomba, mendigo, silêncio das capitais
Símbolo subjetivo do que já foi, do que é ou tanto faz
Para onde vão as pombas quando anoitece?
Oferecimento
Só não exija de mim o que pensou que eu podia lhe dar
Nem eu consigo tirar de mim tudo que gostaria
O auto controle é um exercicio para vida
Como se sabe, a vida muda
Portanto, tenha de mim o que eu posso ser agora
Também não me sugue ao ponto de me faltar
Ou eu estarei exigindo de você
De você o bem que me fiz e o bem que me proporcionou
O oferecimento que pra você bastou, mas que pra mim, apenas começou
Sem cobranças? Ou compromisso?
Estou falando de amor, ou tentando me libertar?
Libertar para o amor ou fugir do amor?
Fugir do amor pra que, se o amor é, ainda que em palavra o maior bem que um ser humano pode oferecer e ter?
Levar assim, sem querer exigir ou ser cobrado pode não ser tão bom...
Afinal o que seria do doce no fogo sem chegar ao ponto? É preciso apura-lo.
Então que se apure o amor, que seja presente em cada dia, pitadas ou não.
Nada de vazio, nem de pressão, mas o amor ao ponto, o doce amor, amor fundamental a vida.
Amor próprio a ser oferecido. Vamos degustar?
Sol das seis
Vejo o sol das seis na face de quem vai batalhar
Inaugurando o mundo no mundo de algum lugar
O brilho que se da no olho é o raio da esperança
Construindo a velha história, quem acredita sempre alcança
Esse mesmo sol me vem por encerrar
Aquele fiozinho crepúsculo preparando o berço de deitar
Sua missão não vai terminar
Outros olhares estão a esperar
O sol das seis que levanta com as crianças
Que ajuda a esquentar o chá
Que contempla com Bom dia
Que some aos olhos do lado de lá
Vejo o sol das seis a cada alongar
E ao fim de tarde na preguiça acolá
Ele limpa o orvalho, e nos traz visão
Ele deixa os dias, renovada rotação
Mato
É o mato, lá longe no mato...
É um casebre, ao lado de um lago...
Mergulho no lago dou dentro da casa
Entro na casa e caio no lago, tudo conjugado...
Lá bate o sol, os pássaros cantam, os peixes tem vida...
Lá a civilização é quase liquida, liquidada...
O povo de lá sopra como vento...
Os ventos de lá não sopram cá...
Quem vai não vem, quem vem vai...
Quem fica entende, quem é agrega.
Quem chega é tomado, e ai quer tomar...
Quem modifica não está mais lá, está em outro lugar...
É o mato, lá longe no mato...
Lá que mora a bruxa do infantil...
Onde frutifica, onde respira...
É o mato, lá longe no mato...
Onde tudo é de fato...
É o mato, lá longe no mato...
Intacto...
É o mato, é o mato, é o mato, lá longe, no mato...
No vídeo acima um trecho do espetáculo teatral de rua ''Em busca do Omaetue'', no qual pude apresentar dois de meus poemas. ''Mato'' e ''Vento & Papel'', sendo que o ultimo, foi feito especialmente para o espetáculo.
No vídeo acima um trecho do espetáculo teatral de rua ''Em busca do Omaetue'', no qual pude apresentar dois de meus poemas. ''Mato'' e ''Vento & Papel'', sendo que o ultimo, foi feito especialmente para o espetáculo.
Resgate
Tão solto no mundo que as vezes me depara a saudade das coisas...
A vida segue sempre e em tudo, não da pra acompanhar nada além de si...
As influências vividas, a intimidade conquistada, perdida, dolorida, remexida e não mais igual vem como lembrança...
De vida, de dia, de minuto, do que foi, e se mistura com o que é, mas que não é, que reflete o traço marcado no espelho, justifica o abraço dado que hoje me deu vontade de resgatar...
Bobagem, amanhã é outro dia, outros abraços vão confortar... abraços antigos, quando o dia terminar.
Vento & Papel
Eu tinha um chapéu
Um chapéu especial
Que exaltava minha beleza
E escondia o que era mal
Meu chapéu era de mágico
Dentro dele tudo tinha
Tinha boi, tinha cavalo
Tinha rei, tinha rainha
Mas levaram meu chapéu
Em um forte vendaval
Nesse dia fiquei mal, comi sal
Cheirei couve no quintal
Perguntei omaetue
Que nem eu
Que nem você
Ele não soube responder
Procurei por toda parte
Não achei o meu chapéu
O chapéu era de vento
E eu era de papel.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
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